Ajuda

Para levar a cultura do gaúcho à Bahia

Mestre Griô Dilermando foi premiado e está em busca de contribuições para cobrir gastos da viagem

Gabriel Huth -

O Mestre Griô Dilermando Freitas precisa da ajuda de toda comunidade pelotense para custear as despesas pela busca do prêmio inédito Berimbau de Ouro 2019. Qualquer contribuição será bem-vinda e irá auxiliar nos custos da viagem. A premiação ocorre em Salvador nos dias de hoje e amanhã e tem o objetivo de homenagear a qualidade excelente dos praticantes da capoeira que exerceram seus trabalhos durante o ano anterior.

Segundo Dilermando, o prêmio vem para consagrar todo o trabalho que ele realiza dentro dos movimentos sociais em relação à cultura afro-gaúcha. Militante do movimento social negro e combatente quando o assunto é discriminação racial, a presença do Mestre Griô é indispensável para o momento. "É muito bom ser reconhecido pelo trabalho que venho fazendo, seja ele nos movimentos ou com as crianças nas escolas", complementou. Outro ponto destacado por Freitas é a oportunidade de ir para outros estados com a missão de mostrar a cultura pelotense e salientar a importância da música e da arte negra no Rio Grande do Sul. "Esse momento vem para coroar meu trabalho".

A premiação é fruto da indicação de outro Mestre Griô. Freitas se apresentava tocando o tambor de Sopapo e chamou atenção do colega que foi formalizar o convite "Eu aceitei na hora", afirmou, feliz. Tudo isso veio recheado de muitos elogios e reconhecimento. "Ele disse que meu trabalho era muito importante e que queria me indicar", contou. Após o aceite, Freitas enviou um currículo, que foi aprovado pela organização da premiação. A missão lá, de acordo com ele, é seguir ressignificando a história do povo negro e celebrar a cultura gaúcha na Bahia. Sobre o tambor de Sopapo, percussão histórica fabricada no sul do Rio Grande do Sul, o percussionista garante que o tambor deve ser preservado para, assim, manter a relação do povo negro com a sua ancestralidade.

Todas as arrecadações serão destinadas às passagens, hospedagem e custos do dia-a-dia. O Mestre Griô agradece a todos que já colaboraram e afirma que cumprir essa missão com a ajuda da comunidade tem um sabor ainda mais especial. "Com as dificuldades de hoje em dia é impossível fazer algo sozinho, isso tudo é um trabalho conjunto", disse.

Quem é Dilermando Freitas?

A história com a percussão começou quando ele ainda era criança. Aprendeu a tocar todos os instrumentos e fez sua trajetória no carnaval pelotense. Aos 18 anos começou a se envolver com o movimento social negro. Em 1999, passou a fazer parte do projeto Cabobu - ação que buscava resgatar a história do tambor de Sopapo. Por lá ministrava oficinas de confecção da percussão e garante que viveu intensamente o tambor de Sopapo. Com o fim da iniciativa ele foi um dos criadores do projeto Odara, que começou como um grupo de dança e hoje é um ONG. "O Odara é um marco do meu trabalho". Hoje, ele palestra para estudantes e moradores de diversos bairros, sempre com a intenção de valorizar a Sopapo e a cultura afro-gaúcha. Também desenvolve uma ação, em parceria com a Secretaria de Cultura (Secult), com as crianças do loteamento Dunas. O projeto trabalha a autoestima dos pequenos através do tambor, e tem a intenção de diminuir a segregação e o preconceito racial.

O que é Mestre Griô?

Griô é uma adaptação para o português da palavra francesa "griot", que nas tradicionais sociedades africanas era aquele que mantinha a tradição oral, contando histórias, valores e canções que preservavam a memória de sua comunidade. Dilermando Freitas ganhou seu título em 2008, por conta de seu trabalho como percussionista e seu envolvimento com o Sopapo, o tambor que é símbolo da cultura negra gaúcha.

Ajude também

Qualquer quantia é bem-vinda e pode ser depositada na conta corrente em nome de Dilermando Martins Freitas. Agência: 0918. Conta corrente: 35.223729.0-3 do banco Banrisul.

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